#M.E.L,

15 anos

sábado, julho 26, 2014 Paralelo das Letras 0 Comments



Tudo que ela mais queria era sua independência, poder ver o mundo. Não mais conforme os outros iam deixando, permitindo, podando, mas segundo suas vontades, sonhos e anseios mais secretos. Tinha tanta vida em si, não entendia porque não viver em sua plenitude. Queria mesmo saber quem fez as regras deste mundo. Pra poder olhar em seus olhos e dizer: Poxa cara você podia ser mais flexível nas convenções desta louca sociedade.

Era um espirito livre, em um corpo preso por regras que não entendia os porquês. Tinha tanto a dizer, mas quem iria ouvir. E se ouvisse como poderia entender se nem mesmo ela entendia às vezes.

Não, não era uma rebelde sem causa, nem mesmo rebelde era. Tinha suas insatisfações como o mundo. Mas na maioria das vezes entendia que regras eram precisas pra a vida em sociedade. O que não compreendia era porque estas regras tinham que suprimir com mais força o espirito jovem.

Amor nunca lhe faltou, nem para oferecer, nem pra receber. Era então feliz com a família e amigos. Com as escolhas que fez na vida. As opções que fez para amar eram sua responsabilidade e ela entendia isso. E era assim feliz.

Tinha quinze, e como todo jovem queria ter vinte. Ser adulto parecia a ela ser a melhor coisa do mundo. As responsabilidades lhe pareciam pesadas mais também coroadas com independência e liberdade financeira. Imagine poder fazer o que quer, na hora que quer. Se isso não é o máximo, o que mais seria? Estava na melhor fase da vida, mas queria ir logo à próxima. Algo comum, já que na vida sempre queremos estar à frente ou atrás da fase que estamos. Contentamento, não é algo nato nos humanos.

Medos? É obvio que ela tinha seus medos, mas os benefícios lhe pareciam mais viçosos e brilhantes. Pensava consigo que poderia encontrar a fórmula certa pra combinar o melhor de ambas as fases da vida. Viver o melhor de dois mundos não é o desejo de todos que ousam querer transitar entre eles?


Por hora ia vivendo sua fase com suas limitações, às vezes feliz por isso, às vezes triste pelos mesmos motivos. Era a vida e não viver nunca seria uma opção.


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