REFLEXÃO,
As Cartas de Amor #Amor #UlulanteExpress
Hoje
desejei escrever uma linda e genuína carta de amor, daquelas que tocam o
coração de quem as lê, daquelas que aquece o coração já nas primeiras
palavras. E pus-me a pensar nas palavras
que estariam contidas nesta doce epístola. Algumas me pareceram muito melancólicas
e açucaradas. Louvor exacerbado a qualidades muito idealizadas e de pouca
aplicação à vida das pessoas comuns. Então me lembrei das palavras do grande
mestre Fernando Pessoa ao dizer que:
“Todas
as cartas de amor são ridículas, não seriam cartas de amor
se não fossem ridículas*”.
E
notei que em minha vida já escrevi algumas cartas de amor, sendo que tive boa
inspiração em duas ou três delas, mas certamente elas foram tão ridículas quanto
às escritas e as analisadas por Pessoa. Mas também foram muito egoístas, este é
outro adjetivo que cabe a noventa e nove por cento das cartas de amor. Pois
normalmente escrevemos muito mais do que esperamos do sentimento e da outra
pessoa, do que propriamente dos benefícios que a companhia e a cumplicidade
dela causa em nós. Gastamos paginas e mais paginas descrevendo efeitos da
pessoa em nós, e como isso nos faz bem, e esquecemos-nos de usar estas paginas
pra levar nosso sentimento até a pessoa.
Todas
as cartas de amor são ridículas por muitas vezes falamos de sentimentos que mal
conhecemos, e que ainda estamos por aprender a dominar e conhecer. São contraditórias demais pra não serem ridículas
em sua essência. Personificação do desconhecido mundo do amor!
E
mesmo assim eu queria ter o dom de escrever belíssimas cartas de amor. Usar as
palavras de uma forma mais nobre ao falar de sentimentos muito nobres. Em mim
há uma enorme vontade de escrever as mais ridículas cartas de amor. Com suas
doces, melosas e açucaradas palavras em versos ou prosa.
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