REFLEXÃO,

As Cartas de Amor #Amor #UlulanteExpress

sexta-feira, julho 18, 2014 Paralelo das Letras 0 Comments

Hoje desejei escrever uma linda e genuína carta de amor, daquelas que tocam o coração de quem as lê, daquelas que aquece o coração já nas primeiras palavras.  E pus-me a pensar nas palavras que estariam contidas nesta doce epístola. Algumas me pareceram muito melancólicas e açucaradas. Louvor exacerbado a qualidades muito idealizadas e de pouca aplicação à vida das pessoas comuns. Então me lembrei das palavras do grande mestre Fernando Pessoa ao dizer que:


Todas as cartas de amor são ridículas, não seriam cartas de amor se não fossem ridículas*.


E notei que em minha vida já escrevi algumas cartas de amor, sendo que tive boa inspiração em duas ou três delas, mas certamente elas foram tão ridículas quanto às escritas e as analisadas por Pessoa. Mas também foram muito egoístas, este é outro adjetivo que cabe a noventa e nove por cento das cartas de amor. Pois normalmente escrevemos muito mais do que esperamos do sentimento e da outra pessoa, do que propriamente dos benefícios que a companhia e a cumplicidade dela causa em nós. Gastamos paginas e mais paginas descrevendo efeitos da pessoa em nós, e como isso nos faz bem, e esquecemos-nos de usar estas paginas pra levar nosso sentimento até a pessoa.


Todas as cartas de amor são ridículas por muitas vezes falamos de sentimentos que mal conhecemos, e que ainda estamos por aprender a dominar e conhecer.  São contraditórias demais pra não serem ridículas em sua essência. Personificação do desconhecido mundo do amor!



E mesmo assim eu queria ter o dom de escrever belíssimas cartas de amor. Usar as palavras de uma forma mais nobre ao falar de sentimentos muito nobres. Em mim há uma enorme vontade de escrever as mais ridículas cartas de amor. Com suas doces, melosas e açucaradas palavras em versos ou prosa.







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