CONTO,
Outra Pequena História de Amor
Ela derramava rios de lagrimas, molhando o carpete da
sala, enquanto ele em outro canto da cidade ouvia musica em ultimo volume em
seu headphone, sentado na janela de seu quarto. Ela tinha pressa de ter a dor no
peito aplacada por um bem querer. Ele mergulhava no som das musicas tentando
esquecer a angustia que fazia sentir aperto no peito. Ela se entregava as
sensações que viam como uma forte torrente. Ele queria manter a aparecia de
força e indiferença. Ela desejava novamente voltar a busca por realizar os
sonhos que partilhavam, até horas antes. Ele também, mas não daria o braço a
torcer!
Ela adormeceria sobre o carpete molhado por suas
lagrimas, e ao acordar tornaria a molha-lo ao lembrar que ele não estava ao seu
lado. Ele não planejava visitar sua cama nem mesmo por um minuto, sairia com os
amigos pra afogar suas magoas e lembranças nas atrações noturnas da cidade,
mesmo sabendo que tudo se resumiria a procurar o rosto dela em outras garotas
menos interessantes e vazias de seus sentimentos.
Ela seguiu o script não planejado. Ele não pode achar
graça em nada sem ela, ainda na madrugada voltou a seu quarto e com seu violão
tocou as notas que traziam as lembranças dela mais pra perto. O dia raiou e ela
encontrou as amigas que vieram consolar por sua dor. Ele voltou à janela com
seu violão em punho ainda repetindo as mesmas notas que se tornaram monótonas pra
quem ouvia. Ela já não podia ouvi-las, ele não conseguia deixar de ouvi-las.
Ela mostrava um sorriso amarelo pras amigas, ele sozinho em seu quarto já não
continha às lagrimas.
Ela desejava que pudesse ficar só com sua dor, não mais
ouvir as piadas bobas que as amigas contavam pra fazê-la sorrir. Ele já não
suportava estar só querendo tê-la ao seu lado. Ela deixava o pensamento voar
longe, em busca dele. Ele desejava ter menos orgulho em si e forças pra discar
o numero dela. Ela enfim se viu só, bem a tempo do celular tocar e a foto dele
aparecer na tela. Ele não sabia que ela atenderia sua ligação, pensou em
desistir. Ela não tinha certeza se devia atender, mas quis ouvir a voz dele
novamente. Ele ficou feliz em ouvir seu alô, tanto que antes de responder já
estava a chorar. Ela não sabia o que fazer então chorou também. Ele pediu
perdão, ela perdoou. Ele tocou a sua canção no violão. Ela sentiu um ardor no
coração. Ele admitiu que seu coração sempre foi dela. Ela não negou que o amava
sem restrição.
Ela tomou banho e se maquiou pra esperar por ele. Ele
não se lembrou do banho, nunca foi mesmo de maquiagens, só pegou sua magrela na
garagem e correu o mais rápido que pode os quilômetros que separavam suas
casas. Ela o esperava na sacada, ele trouxe uma caixa de bombom um pouco
amassada. Ela estava de dieta, mas aceitou de bom grado era um momento especial.
Ele prometeu ama-la pra sempre. Ela acreditou mesmo sabendo que pra sempre é
tempo demais pra manter uma promessa, encarou como sendo por toda a vida.
Eles passaram a tarde tentando esquecer o dia anterior.
Entre beijos, amassos e juras de amor, esqueceram as dores do dia anterior. Era
tudo uma fase do amor!
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