CONTO,
Histórias de Agatha - Saudades do Tempo
Agatha estava cheia de como o mundo ia sendo conduzido.
Cheia de promessas vazias e palavras mal usadas na intenção de enganar as
pessoas. Estava saturada da propaganda politica, da hipocrisia do povo, do fast
food musical e cultural, das mesmas histórias nos filmes, dos mesmos temas nas
musicas.
Agatha sentia saudades de um tempo que nunca tinha
vivido. Do tempo em que se as pessoas se saudavam nas ruas, em que as pessoas recebiam e enviavam cartas. Saudades de ter um bolo de fubá esfriando na janela
da cozinha. De acordar com cheirinho de café moído na hora. A nostalgia vinda
das coisas nunca experimentada.
Ela não entendia porque enganar e dissimular tinha se
tornado algo tão comum e importante na sociedade atual. Não se pode mais
confiar em brilhos dos olhos, não se pode mais aceitar a palavra como melhor
fiança.
Agatha não sabia se suas crenças eram as certas para
todos, mas para ela eram importantes. Ela só queria a realização da utopia de
um mundo igualitário. E tinha saudades de algo quase nunca existido.
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