REFLEXÃO,
A carta
“ Tudo mudou! Já não há mais ilusões,
agora eu sou simplesmente eu... E você algo para se esquecer.
Não importa quantas tolices falamos
um ao outro em nossas conversas ao pé do ouvido. Quantos emotions inúteis e
falsos, usamos em conversas de bate papo fúteis, que levaram nosso precioso
tempo.
O mundo girou e quando nos reencontramos, já
não éramos mais os mesmos, e só restava o pior de nós para dedicar ao outro.
Não sofra com estas palavras rudes,
mas se sofrer, eu garanto que sofrerá menos do que me fez sofrer com suas doces
palavras vazias e mentirosas.
Quanta besteira nós falamos e fazemos
em nome de um suposto amor... Quantas noites mal dormidas, olheiras e choro,
que estragaram nossos dias e mancharam nosso olhar... E pra que? Para
descobrirmos que as causas de tanto sofrimento eram fúteis, idiotas e sem
sentido.
Por favor, finja que não aconteceu,
finja que nunca nos conhecemos e que jamais trocamos palavras de amor e que
planejamos um futuro juntos... Se um dia sentir saudades, entre em uma loja
qualquer e compre um urso de pelúcia, e fique com ele, faça dele sua companhia.
”
Ela ainda esta finalizando a carta,
quando o avistou vindo ao longe. Dobrou rapidamente a folha em quatro partes e
enfiou no bolso do casaco. Assim que ele chegou perto o suficiente para que ela
pudesse ver o azul dos seus olhos, ela soube que não entregaria a carta, pelo
menos não naquele momento. Novamente ela foi vencida pelos seus encantadores
olhos e seu sorriso arrebatador.
Viveria mais um dia de culpa e
tormento interior, mais uma vez anularia sua consciência em nome de um desejo.
Já não sabia onde estavam seu orgulho e amor próprio, mas sabia muito bem onde
se encontrar com sua vergonha, bastava que se olhasse no espelho.
As palavras da carta ecoavam ainda em
sua mente, quando ele chegou e a tomou em seus braços e a beijou. Em meio a
vontade e o arrependimento ela retribuiu o beijo, tentando se convencer que
aquele seria o ultimo beijo, o ultimo dia, a ultima vez que iria aceitar se
esconder dentro de si mesmo. A ultima vez!
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