REFLEXÃO,
Amante das Letras
Eu queria saber escrever bem, usar as palavras de modo nobre
e belo.
Ai então seria capaz de descrever a perfeição do
desabrochar de uma flor
Poderia louvar dignamente a beleza de cada encantador
pôr do sol que coroa as tarde primaveris
Queria eu ter o dom de usar as palavras em sua melhor
forma, assim o canto dos pássaros poderia ser transcritos pelo riscar de minha
humilde caneta no papel.
E nesta parceria de enorme cumplicidade eu me deixaria
levar pelas palavras que fluiriam de mim, como uma torrente infinita de prazer.
Já não seriam palavras sendo usadas de forma pouco
usuais e melancolicamente. Viriam cheias de sentidos e vida, e quem quer que as
leiam sentiria os sentimentos dos quais vinham carregadas.
A métrica e as rimas já não importariam, já não seria o
padrão a ser notado, pois os sentidos seriam aguçados por minhas palavras, que
conseguiriam alcançar o coração do ilustre leitor.
Os anos passariam e em um futuro longínquo alguém leria
minhas mal traçadas linhas e sentiria o coração arder, desejando ter inspirado
aquelas palavras. E inebriado nos efeitos causado em si, mostraria aos amigos e
familiares, leria em saraus e exposições. E então mesmo minha pobre matéria já
tendo sido desfeita, minhas palavras ali estariam imortalizadas.
No entanto sou o mais pobre dos aspirantes de escritor,
que exerce o oficio que mais lhe dá prazer, de uma forma simples ou muitas
vezes falha. Aventureiro a desbravar o impiedoso mundo das letras. Iletrado em
um mundo cheio de metres das letras. Sou pequeno, desejoso que os leitores
perdoem minha falta de eloquência.
Apenas um amante das letras!
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