Possibilidades

segunda-feira, dezembro 29, 2014 Paralelo das Letras 0 Comments

Não quero agora falar de perfeições e defeitos. Não quero levantar bandeiras de verdades e erros.  Não quero falar do misticismo do mundo.  Nem tão pouco do número infinito de estrelas do universo. Não tenho as respostas que sempre achei que teria nesta altura da vida e cada vez menos acredito em verdades absolutas. Sei que há um movimento natural no mundo e em seus acontecimentos,  entretanto não sei se ainda acredito que tudo possa ser controlado e engessado por nós.

Tenho quase trinta e ainda tenho medos e certezas adolescentes.  A gana e idealismo jovem ainda fazem parte de mim,  mas em muitos momentos sou tomado pela urgência de realizar projetos adultos. Tenho tanto para ver mas o tempo já não mais meu amigo como antes,  cada vez tenho menos tempo para admirar o por do sol nas tardes de verão,  mas passo mais tempo planejando dia de amanhã.  Os amores adolescentes ainda estão frescas em minha memória,  no entanto parecem longe da realidade que não perdoa sonhos que ficaram pra trás.

Olho para frente e vejo um mundo de possibilidades que limita o meu campo de visão para outros mundos e outras possibilidades. Pois a cada decisão tomada há o custo de oportunidade para mostrar quantas outras foram preteridas no processo.  Ainda quero escalar montanhas e equipado com bungee jumpee  me jogar do mais alto ponto,  mas sempre tem um despertador para me acordar as seis horas. E de modo implacável me trazer novamente a realidade do agora. Faz muito tempo que ja notei que viver o ontem pode ser mais fácil e o amanhã imprevisível,  mas o que realmente é difícil e viver o hoje,  neste minutos,  porque é aqui que nasce e morre as possibilidades que guiam nossas vidas. 

Se um minuto durasse uma eternidade ninguém desejaria ser eterno,  pois só desejamos o que não podemos alcançar,  se assim que torna-se possível passamos para o próximo e difícil desejo. E mesmo assim notariamos que na Terra nada é mesmo eterno,  nem mesmo nós que ja não viveríamos um minuto se quer.

No entanto não quero falar de verdades absolutas,  nem de medos e coragens.  Hoje quero apenas dizer ainda há possibilidades de ser mais nós mesmos.