REFLEXÃO,
Marcas da Solidão
Às vezes é
mesmo a solidão nossa melhor companheira. Ela que vem de mansinho, com a mais
fina das educações. Não força a entrada, pois só veio porque foi convidada. No
inicio é difícil perceber se o sentido é solidão ou vontade de ficar só. Mas de
repente chega ao peito cada vez mais vontade de ficar só, de só construímos um
mundo onde é fácil ser nós mesmos. O mundo lá fora parece até bonito, mas se
torna pouco convidativo. As regras não são as mesmas que aceitamos pra nós. E
já diz o famoso ditado, antes só que mal acompanhado.
Seres
impares somos nós. Ninguém pra entender nossas razões. Como poderiam entender
se não sabem o que vai a nossas mentes. Percepção de mundo diferente, como se
já não falássemos a mesma língua há muito tempo.
Todo entendimento
e todas as palavras que precisamos estão conosco, são portáteis e levamos aonde
quisermos. Cravados em nossas mentes. Viajando em nossos neurônios.
Amigos já
não é uma opção plausível. Afastamo-nos de todos e de tudo. E já não podemos
desabafar com nosso amigo mais próximo. Pois ele também já não existe. Só a
solidão e um canto escondido nos faz sentir seguros.
Muitas
vezes a solidão parece mesmo nossa melhor companhia, mas na verdade ela é um
paliativo para nosso medo nos aventurar, de nos mostrar ao mundo. E o medo das
opiniões alheias e dos julgamentos que podem nos ferir tornam-se maiores que a
nossa força pra superar a barreira da primeira atitude rumo à saída das neuroses
que povoam nossas mentes. Mas se o esforço for feito e sairmos do nosso casulo
do isolamento, então a recompensa será uma nova e vibrante vida com suas
desilusões, mas também com surpresas incríveis e lindas que fazem todo esforço
valer a pena.
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