CONTO,
O que fica no passado
Ela estava dividida entre o que sentia e o que a
razão lhe dizia ser o certo a fazer. Deixa-se dominar por uma paixão nunca foi
o estilo dela, ainda mais por uma que a história já tinha chegado ao fim. Não,
isso não poderia ser o certo!
Ele tinha sido um grande amor em sua vida, o único
que tivera até então. As marcas e as lembranças deste relacionamento estavam em
tudo e todos os lugares que passava. Fazendo muitas vezes as falta doer com a
saudade dos bons momentos que viveram.
Era apenas nostalgia pelo vivido? Lembranças que
não podiam ser apagadas jamais. Mas ela não tinha certeza se junto vinha o
gosto de quero mais. A certeza era a nostalgia e nada mais.
Ele dava sinais de ter prosseguido bem sua vida.
Não demostrava falta sentir! Talvez para ele fosse diferente os sentimentos,
talvez a falta sentisse realmente, mas queria dar chance para novas histórias e
pessoas acontecerem em sua vida.
Ela não chorava pelos cantos, outra coisa que não
combinava com ela, não recitava cartas de amor de outros tempos. Não via sinais
na direção das folhas no vento. Não fazia preces pelo breve retorno. Nem
confidenciava as paredes de seu quarto esperanças sonhos de amor. Apenas vivia
seus dias em total tranquilidade.
Mas em seu coração, bem lá fundo, onde ninguém
podia acessar ela guardava a falta da companhia, das conversas em baixo tom,
dos risos bobos, das palavras trocadas em tom de brincadeiras, das juras de
amor e companheirismo eternos. Onde ninguém poderia ver ela revivia momentos
que eram agora só dela em suas lembranças.
Sabia que tem coisas na vida que foram muito boas,
mas que não adianta querer revivê-las, pois esta tentativa só irá manchar tudo
que de melhor estava guardado na memória. Então assim era melhor deixar a vida
seguir em frente, sem lamentos e choros pelo passado. Viver o presente
plenamente é a melhor forma de honrar o passado. E esta é uma lição que ela já
tinha aprendido muito bem.
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